Já existem diversas pesquisas e estudos que tentam identificar o que será comum após a pandemia do coronavírus (COVID-19). Abaixo, conheça as principais mudanças que estão acontecendo no mercado e o que devemos esperar do futuro. 

Apesar do triste impacto humano e econômico causados pela pandemia do coronavírus, a expectativa é que o aprendizado após o COVID-19, tenha o potencial de afetar positivamente a nossa sociedade. Como? 

Diversas tendências tiveram que se estabelecer e se intensificar na pandemia, como por exemplo: home office, aplicativos de soluções e produtos para dispositivos móveis, redes sociais e, principalmente, o uso da internet para diversos fins. Com a chegada do isolamento social, tivemos que buscar na tecnologia soluções para questões da nossa vida pessoal e profissional. Num curto período, aprendemos que é possível se comunicar, ser produtivo e tomar decisões virtualmente.  

No entanto, a pandemia não causou apenas impactos na forma que consumimos produtos e serviços, ocorreu também uma mudança de pensamento e comportamento: os consumidores estão esperando ações sociais das empresas. Neste cenário, entra fortemente em pauta os propósitos de uma marca, ou seja, qual é a razão pela qual a organização existe e a sua contribuição para a sociedade. Dessa maneira, os seus propósitos deverão ser traduzidos na missão, visão e valores, para conseguir se comunicar com essa nova dinâmica da sociedade. 

Como está o consumo das pessoas? 

Utilizamos os dados levantados num relatório feito pela Kantar para entender a atual situação dos consumidores em termos econômicos: 

• Renda mensal: 

Cerca de 46% dos entrevistados já tiveram ou acreditam que terão redução em sua renda mensal. Sendo que 29% acreditam que terão uma redução salarial de 41% a 50% do salário em breve e 27% dos que já tiveram uma redução, ela foi de pelo menos 50% no salário. 

• Situação de endividamento: 

58% dos participantes dizem ter alguma dívida antes da pandemia e a partir do cenário da crise, 56% terá que atrasar o pagamento de alguma dessas dívidas.  

• Redução de gastos: 

69% dos participantes também reduziram os seus gastos. Sendo que 47% fizeram uma redução de gastos média e 28% uma redução ainda maior. 

Diante dos dados apresentados, a expectativa é que haja uma eventual recessão, sendo que alguns setores terão mais destaques que os outros, por exemplo: 

• Compra voltada para a saúde: ocorreu o aumento do interesse de produtos que apoiam a saúde e o bem-estar em geral. 
• Cuidados com a saúde: houve a priorização de produtos voltados para contaminação do vírus (máscaras e álcool gel), assim que foi noticiado os casos e agravamento da situação. 
• Preparação da despensa: aumentou consideravelmente o armazenamento e compra de alimentos e produtos de higiene e segurança sanitária. 
• Cuidados durante a quarentena: houve um aumento das compras online, declínio na visita aos mercados. Isso fez com que as pessoas enxergassem os benefícios da compra online. 
• Vivendo o novo normal: as pessoas voltaram às suas rotinas com novos hábitos e cuidados e estão utilizando mais os benefícios da tecnologia. 

E qual é a expectativa para o futuro? 

O relatório realizado pela Kantar já destaca algumas mudanças de consumo que poderão ser tendências nos próximos meses. 

• O consumo de lanches no Brasil cresceu 74%, durante o período de 16 a 22 de março. Eles ultrapassaram em 174% os demais alimentos que foram consumidos em almoços e jantares. 
• A expectativa pós-crise é de que a procura pelos produtos de higiene continue, enquanto os de cuidados com a beleza e a pele voltem a ser consumidos depois, gradualmente. 
• Como forma de evitar aglomerações, a procura pelas lojas de varejo menores continuará em alta (+12%), em detrimento dos hiper (-15%) e super (-12%). 
• Os consumidores também devem se manter mais atentos aos preços dos produtos e promoções. Por isso, as marcas precisarão ser mais competitivas e cogitar a diversos pontos de vendas. 

Qual será o caminho do consumo?

Segundo o relatório realizado pela Bain & Company, a retomada do consumo após a crise do coronavírus terá comportamentos distintos em diferentes setores da economia:

Quais são as oportunidades que surgiram após a pandemia?

A expectativa é que após essa crise cresça o consumo consciente, já que consumidor está mais informado e com senso de responsabilidade social forte. Além disso, a transparência, valores de marca, sustentabilidade e diversidade serão premissas cada vez mais valorizados.

Conheça as oportunidades:

• E-commerce: com o consumidor mais conectado à internet, as compras online ganham espaço, favorecendo empreendedores virtuais.
• Delivery: o serviço de delivery sempre fez sucesso pela sua comodidade, mas com o isolamento social se intensificou e a expectativa é que permaneça em alta.
• Criadores de conteúdo: profissionais e consumidores compartilhando suas experiencias e conhecimentos específicos na web já é uma realidade e a procura está cada vez maior, pois é uma maneira de consumir conteúdo por meio de uma fonte confiável, de maneira prática e sem sair de casa.
• Ensino à distância: forçados a experimentar a metodologia de estudo à distância por conta do isolamento social, muitos estereótipos foram quebrados e as pessoas já estão se adaptando e gostando do método.
• Novos hobbies: o isolamento trouxe uma série de oportunidades para as pessoas desenvolverem hobbies e criarem novos hábitos nos limites de casa (culinária, arte e atividade física) que podem permanecer após a pandemia.
• Trabalho remoto: o trabalho remoto evita a necessidade de estar em espaços compartilhados, por isso, a tendência é que o regime se consolide no mercado de trabalho.

O ano de 2020 tem se mostrado muito desafiador. No entanto, o aprendizado que os momentos de crise proporcionam, estimula a mudança, pois faz com que as pessoas questionem velhos hábitos e como nós, cidadãos, podemos contribuir para o bom funcionamento da sociedade. 
 
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